The postneoliberal fabulation of power: On statecraft, precarious infrastructures, and public mobilization in Brazil
Published online on August 23, 2016
Abstract
In Brazil's hybrid government of social protection and market expansion, there is under way a fabulation of power, which ultimately serves to “de‐poor” people seeking care, working infrastructures, and justice while also shoring up state politics as usual. This process became evident through the failure of a collaborative research project that I coordinated on right‐to‐health litigation. In rethinking that failure as an experiment in public ethnography, I draw on core disagreements with public officials over the interpretation of our findings from a legal database. Analyzing these disagreements provides an entry point into the mechanisms of veridiction and falsification at work in Brazil, whose government sees itself as providing public goods beyond the minimum neoliberal state. Countering state mythology, public ethnography thus illuminates the improvised quality of postneoliberal democratic institutions and opens up new avenues for theorizing power and the political field. [public ethnography, judicialization of health, precarious infrastructures, postneoliberal statecraft, de‐pooring people, public mobilization, Brazil]
Está em andamento no governo brasileiro—espécie híbrida de proteção social e expansão de mercado—uma fabulação do poder. Ela serve, em última análise, para “despauperizar” as pessoas que procuram por assistência à saúde, infraestruturas eficientes e justiça, enquanto que, simultaneamente, escora as políticas convencionais de Estado. Neste artigo, repenso um fracassado projeto de pesquisa colaborativa sobre a judicialização do direito à saúde como um experimento de etnografia pública. Para tanto, tomo as discordâncias interpretativas que tivemos com agentes públicos acerca de achados em um banco de dados de ações judiciais como uma janela para o entendimento dos mecanismos de veridicção e falsificação em atividade no Brasil, cujo governo se vê como provedor de bens e serviços públicos muito além do que um Estado neoliberal mínimo faria. Contrapondo mitologias estatais, essa etnografia pública ilumina o caráter improvisado das instituições democráticas pós‐neoliberais brasileiras, abrindo novos caminhos para teorizar o poder e o campo político. [etnografia pública, judicialização da saúde, infraestruturas precárias, estadismo pós‐neoliberal, despauperização, mobilização pública, Brasil]